Tem dias em que, mesmo que estamos morrendo, e que lutemos por nossa vida, o destino é que morramos de fato... Ontem à noite foi prova disso...
Cheguei em casa ontem à noite, acabara de voltar da praia morto de fome e ávido para comer algo salgado. É óbvio que, ao abrir minha despensa, não havia nada, apenas miojo, o que estou farto de comer. Perguntei à minha esposa, portanto, o que ela gostaria de comer, pois resolvi comprar algo fora. Como já estava tarde, ela sugeriu que eu fôsse até a padaria ali perto e comprasse alguns salgado, mais conhecidos como quitutes.
Fui lá eu, portanto. Parei meu carro e entrei na padosca. É óbvio que, por ser uma padaria de periferia pós-quarta-feira de cinzas, não havia nada lá pronto, nem mesmo pão. Apenas um monte de bêbados esperando o jogo do "Curingão" começar. Resolvi deixar quieto e ir ao mercado ali perto. Dirigi até lá e estacionei meu carro. Fui até a seção de congelados e comprei singelas coxinhas pré-prontas. Paguei R$ 3 e pouco e voltei para casa, mais morto de fome...
É óbvio que nunca se deve confiar nas geladeiras dos supermercados, ainda mais se ele for de periferia e os dias sempre estão acima de 30 graus Celsius. Qaando eu, já de fogo ligado, abri o pacote para fritar meu alimento, descubro que ele estava todo coberto de fungos. Se fosse um queijo gorgonzola, até comeria, mas como não era, me causou uma sensação de asco.
Bem, restou-me abrir novamente a garagem de minha casa, sair com o carro, fechá-la e ir ao mercado devolver a comida podre. Fui até o gerente e mostrei a ele a situação. Ele pediu-me para que eu aguardasse. Passaram-se uns 3 minutos, e ele retornou com uma outra caixa do mesmo produto: "Gostaria de verificar este produto apenas para certificar-se de que está OK?". Respondi:"Não, quero meu dinheiro de volta." Esperei mais 5 minutos para reaver o meu dinheiro. Já estava de saco cheio, e com fome, e voltei pra casa, portanto. Mas antes tive a esperança de que havia algo na padaria, pois algum tempo já havia se passado, e alguma coisa poderia ter sido feita. Mas a padaria estava mais lotada e mais porca do que da primeira vez, me desanimando totalmente. Resolvi então voltar para casa para comer miojo.
Abre garagem, coloca o carro, fecha garagem, fecha a porta de casa. Vou até a cozinha fazer o meu miojo (eca). É óbvio que a noite não estaria completa sem mais um show de asco, pois uma barata grande e vermelha estava em minha pia. Tenho um nojo enorme a baratas e insetos em geral, então prontamente arremessei meu chinelo nela, mas ela fugiu. Perdi a vontade de comer ali, mas a fome ainda persistia...
Joguei uma água por ali. Peguei a panela, comecei a ferver a água. Ferveu. Coloquei o miojo. Ficou pronto depois de 2 a 3 minutos. Peguei a panela e comecei a virá-la na pia para retirar o excesso de água, segurando o macarrão com um garfo para que ele não caísse. Mas quis o destino que minha esposa viesse e conversasse comigo, me desconcentrando neste momento de dificuldade da vida. O macarrão caiu inteiro na pia, sob a louça suja...